terça-feira, 15 de março de 2011
A moda de mostrar o sutiã
Autor: Julie Maria
O adjetivo “íntima” para indicar algumas peças do nosso guarda-roupa merece mais atenção. Se a moda sempre tenta trazer alguma “novidade” para vender seus lançamentos, existem alguns princípios “eternos” que nunca devem “sair de moda”, para quem põe a virtude da modéstia como prioridade na hora de escolher a roupa. Um desses princípios é este: a roupa íntima deve ficar totalmente velada (nem ela, nem sua marca devem aparecer).
Esse adjetivo para determinadas peças (atualmente sutiã e calcinha para as mulheres e cueca para os homens) indica que essas roupas são inadequadas para serem vistas “por qualquer um”. O que Simoncini (1991, p.12) escreve sobre o valor da intimidade pessoal nos ajuda a entender por que a roupa íntima deve ficar escondida de todos os olhares públicos: “o que é ‘íntimo’ identifica-se com o que é ‘pessoal’. [...] Há coisas tão íntimas que, ao tornarem-se públicas, esvaem-se, perdem valor, e a pessoa sente-se de certo modo violentada. É como se uma parte de si mesma de despedaçasse e se perdesse no exato momento em que caiu no domínio público.”[1]
Este ensino é claramente confirmado pelo Catecismo da Igreja quando diz que o pudor “inspira um modo de vestir” e “protesta contra a exploração do corpo humano em função de uma curiosidade doentia (como em certo tipo de publicidade), ou contra a solicitação de certos meios de comunicação ir longe demais na revelação de confidências íntimas.” A roupa íntima modesta simboliza algo daquilo que deve ser protegido pela pessoa, e apenas a virtude do pudor pode inspirar “um modo de viver” de acordo com a pureza e assim permitir às mulheres católicas a “resistirem às solicitações da moda e à pressão das ideologias dominantes”.[2]
A roupa íntima é a peça que deve ficar entre a pele e a roupa da pessoa. Isto é, ela separa o que é visível aos outros, daquilo que deve permanecer velado. A roupa “íntima” leva esse nome justamente porque revela algo da nossa intimidade: revela partes do nosso corpo que não devem ser mostradas. Aliás, a maioria dos vestidos que são usados hoje serviriam como “roupa íntima”, por cima das quais deveria vir a roupa propriamente dita. Basta olhar as camisolas – de não muitos anos atrás – e percebemos o quanto a intimidade foi violentada.
A “nova moda”, tão mundana e vulgar de mostrar o sutiã, é indigna da mulher.[3] Nota-se uma vulgaridade excessiva nessa “moda” que já invadiu as ruas brasileiras e também nossas paróquias!
No momento em que a mulher está disposta a mostrar uma peça íntima a “qualquer um”, está enviando uma mensagem por sua forma de vestir (ou desnudar): está dizendo que não se preocupa com sua intimidade, que “qualquer um” pode ver aquilo que deveria ser reservado apenas ao seu esposo; está dizendo, enfim, que não se valoriza. Modas que estimulam a mostrar o sutiã, ou qualquer peça de roupa íntima, são modas decadentes que fazem cair em suas armadilhas até mães e avós!
Pelo contrário, a mulher pura deveria tornar realidade as palavras deste esposo: “O respeito pelo segredo da união conjugal, pela profundidade, delicadeza e caráter rotundamente definitivo dessa intimíssima entrega, constitui o pressuposto da pureza. É o respeito que, antes de mais, permite compreender como é pavoroso invadir abusivamente esse campo íntimo, compreender até que ponto há nessa invasão uma profanação e uma degradação de si mesmo e dos outros.” [4]
Redescobrir o valor que temos frente a Deus, frente ao nosso esposo, frente à nossa família, talvez seja um bom começo para não aceitarmos certos modismos lançados por pessoas que, aproveitando-se de sua fama, induzem outros a se rebaixarem. E se a mulher mesma não valorizar sua intimidade, seu tesouro, sua pessoa, como poderá exigir que outros a valorizem ou respeitem?
Que este outro trecho do livro “O pudor” nos inspire a guardar com todo cuidado e zelo a nossa intimidade, e refletir na nossa veste o alto valor que damos a ela:
“Quanto mais rica é uma personalidade mais precisará de privacidade, tanto maior amplidão e valor terá a sua intimidade. São estes os casos em que o senso do pudor é mais forte. As pessoas frívolas, pelo contrário, aquelas que se revelam carentes de uma autêntica vida interior, estão mais inclinadas a tornar pública a sua intimidade. Na sua pobreza moral, consideram-na coisa de pouco valor. Embora sejam egoístas, não se apreciam pelo que valem; não têm escrúpulos em expor-se à curiosidade igualmente frívola daqueles que somente se interessam por assuntos vazios e inconsistentes.” [2]
Diga “não” a modas que são decadentes e passageiras, mas que podem marcar para sempre sua pureza, tão cara a Nosso Senhor!
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Fonte: http://modaemodestia.wordpress.com
[1] SIMONCINI, Ada. Pudor. São Paulo: Ed. Quadrante, 1991.
[2] CIC 2523
[3] Não apenas o sutiã, mas a moda mundana atual quer a mulher andando na rua praticamente nua. Não tendo como ser mais indecente, ela insiste em mostrar a calcinha, o sutiã, os seios, a coxa, e todo o corpo. Onde vamos parar?
[4] Dietrich von Hildebrand em: http://www.quadrante.com.br/Pages/servicos02.asp?id=214&categoria=Valores_Virtudes&tubcategoria
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É impressionante como nossos jovem são iludidos pelos apelos do mundo com palavras até bonitas "moda". Isso é um disfarce do pecado para levar as nossas irmãs a perderem o pudor.
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